Da outra vez fui já com a consciência do que queria fazer: nada, absolutamente nada.
Não decidir, não pesar em nenhum dos pratos da balança, apenas contar como pessoa existente.
Mas ontem não.
Ontem foi sofrido.
Pensei em não ir.
Mas fui... arrastada pela minha própria consciência, fui.
Sem saber o que fazer. Eu não quero uma coisa mas também não quero outra.
E mais uma vez foi em branco. Não é cobardia, é mesmo conflito de sentimentos opostos.
Com este resultado não estou contente nem triste.
Se o resultado fosse outro, não teria ficado contente nem triste.
Ambos os lados tinham argumentos com sentido.
Ambos os lados tinham argumentos perfeitamente estúpidos.
Para mim, as campanhas só serviram para enfastiar.
O que me deixou triste foi que a minha mãe se interessasse pelo assunto. E o meu pai também foi.
E não falo sobre o voto com a minha mãe, porque tenho medo. Tenho muito medo de saber qual a sua opção.
Mãe é mãe, é sagrada.
E talvez por egoísmo ou não, eu não posso aceitar que a minha mãe me diga que aceita, afinal foi da sua barriga que eu vim.
Tenho uma irmã que adoro.
Mas se agora soubesse que poderia ter tido mais... acho que não conseguiria nunca mais olhar para a minha mãe da mesma forma.
Se ela votou não... está tudo dito.
Se ela votou sim... tudo pode (ou não) ter acontecido - a dúvida é o mais temeroso dos sentimentos.
Não adianta estarem a pensar "que estupidez", não vale a pena porque eu já sei. No fundo todos os medos são estúpidos.
Só quem passa pelas coisas é que sabe dar o real valor.
Eu, felizmente não sei o que é estar do outro lado.
Por isso não consegui decidir-me...
Mas fosse qual fosse o resultado, dada a alta abstenção, seria sempre um resultado "no ar".
É como um jogo de futebol ganho a grandes penalidades.
O resultado nunca é justo.
xxxxxxxx
Aproveito a oportunidade para informar o(s) anónimo(s) que este texto foi feito com um corrector de palavras.
Mas se mesmo assim tiver subsistido algum erro ortográfico faça(m) o favor de corrigir que eu farei a alteração.Obrigado por existirem.