segunda-feira, 30 de abril de 2007

Fim de semana

Ontem fomos assistir a um espectáculo de dança.

Escolhi o lugar que quis (pois fui das primeiras a requisitar bilhete), mas... não tive hipótese de escolher quem ficaria atrás de mim.

Graças à querida senhora cuja voz doce e simpática atrás de mim tinha o poder de me dispersar do propósito para o qual ali me tinha deslocado fiquei a saber (entre muitas outras coisas que dada a sua grande importância esqueci de seguida), que:

- nos grupos de dança tem que haver sempre uma gordinha
- a Joana é muito engraçada a dançar
- a Helena estava mais uma vez com o cabelo nos olhos
- a bailarina ao rodopiar ficou tonta e por isso ficou zangada
- um dos bailarinos está sempre a olhar para o outro porque não sabe o que há-de fazer

E até como o pano corrido eu fiquei a saber que estavam nesse momento a colar um tapete ao chão.

A parva da gaja teve a sorte de ficar sentada atrás da minha menina que fica mais baixa que as costas da cadeira e se estiver de pé fica tamanho dum adulto sentado.
A minha menina tinha dificuldade em ver e levantou-se.

Depois de uns minutitos em que pude apreciar sem os comentários bónus vindos de trás oiço um bem audível “Olha, assim não pode ser”.

O papá disse à menina para sentar.
Eu olho para trás e vejo a filha da p***, quase deitadinha na sua “poltrona”.
Pois! Se estivesse sentada com o rabo em vez de estar sentada com as costas (como estaria se estivesse atrás de um adulto), não teria qualquer dificuldade em ver.

A minha menina pergunta-me “É o quê, mamã?”
“Querida, é que uns não vêem e outros não conseguem ouvir por causa dos comentários".- Respondi em voz bem altinha mas acho que a irritação da altura ditou a minha falta de inspiração.
A sujeita deve ter ouvido mas não sei se entendeu que era com ela.

Não sou de armar barracos em locais públicos, não falo alto e sou discreta, mas aquela parvalhona estava a dar-me a volta aos nervos.

Será que eu sou a única pessoa que detesta ser incomodado com comentários desnecessários e depreciativos enquanto aprecia algo que gosta?
Se não gostavam fossem embora!

Se ao menos fosse uma tia, mas nem sequer chegava a ser uma imitação mal conseguida.

Mas tirando isso foi tudo maravilhoso.

Sábado à tarde fui cortar o cabelo (não demorou nada, foi chegar aviar e sair) e fui ás compras... sozinha, sem telemóvel (eu não tenho), e sem dizer a ninguém onde ia nem quando vinha.

Foi tão bom!
Que sensação de liberdade!

Sei que fiquei bonita com o “novo” cabelo, embora ninguém me tivesse dito.
Ninguém não, a minha mana fez uma referência.

Obrigado mana, por existires... embora eu “reze” para que as tuas andanças interneticas aqui não cheguem.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

O que eu tenho de bonito

Adoro cabelos longos, adoro fazer penteados, admiro imenso aqueles cabelos negros e brilhantes das ciganas bonitas mas...

detesto ir a cabeleireiros, detesto aquele ambiente, nunca gostei.
Por isso mesmo só lá vou quando é para cortar ou ir a casamentos.

Ontem, como tantas vezes tem acontecido, a minha gentil família resolveu massacrar-me a cabeça nesse sentido.

Depois do jantar, enquanto o menino via o zig zag, pude mais uma vez constatar que de facto os meus cabelitos de estimação já gritam por uma tesoura.
Enquanto os observo no espelho, vão desfilando na minha memória imagens do meu menino que sempre adorou e adora mexer nos meus cabelos.

Pensei para comigo: "ele acha os meus cabelos lindos e vai dizer-me isso".
Teria o dia salvo se alguém me dissesse que os meus cabelos são lindos.
O meu ego tinha essa necessidade urgente.

Saio de rompante do wc e entro na cozinha.

"Querido, a mamã é bonita ou feia?"

"Bonita! A mamã é bonita."

"E qual é a coisa mais bonita que a mamã tem?"

"EU"

(...!...)

Meu doce menino,
o dia ficou ainda mais salvo e amanhã vou então cortar o cabelo.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Afinal eu sou... muito importante

Não tinha vontade de subir as escadas, arranjar as camas... enfim, toda essa azáfama da hora da deitada.

Foi por isso que ali mesmo na sala vesti o pijaminha à minha menina.
Dei-lhe um beijinho e um abracinho, disse-lhe que a adoro e "montei-a" ás cavalitas do papá que a foi deitar e lhe leu a história.

Nem cinco minutos passados e já me chamava com aqueles gritos estridentes que rasgam por completo os nervos de quem já os tem em franja.

Galguei as escadas treinando mentalmente o ralhete pois já lhes disse um milhão de vezes que o intercomunicador dispensa completamente uma gritaria tão alta. E além disso o papá tinha acabado de sair de lá.

Abro a porta do quarto e... vejo o seu nariz redondinho, os totós espalhados em cima da travesseira, o olhar brilhante no quartinho semi-escuro...

Saiu-me da garganta um baixinho "Que se passa querida?"

"Oh mamã, eu não sou capaz de dormir sem um beijinho teu.
Não é uma noite normal."

Dar-lhe um beijinho depois de a deitar faz de tal forma parte da normalidade do dia a dia que eu acho que ainda nem me tinha apercebido da importância que isso tem para ela.
Como sou tonta!
Fiquei sem saber.
Fiquei sem saber se deveria ficar feliz ... ou sentir-me culpada.
Acho que senti um misto de ambos.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Fim de semana ...

... de cáca.

Não existe outro termo que melhor o descreva.
Conhecem o género?

Passeios não houve. O tempo estava lindo mas não me apeteceu.
Limpeza da casa, passagem a ferro arrumações de guarda-fatos... tudo por fazer e por fazer ficou.
As crianças adoraraveis passam o tempo a embirrar, a desarrumar, a chatear...
A mim só me apetecia estar sózinha e em silêncio.
As lágrimas lavam a alma mas estas não. Brotam de uma fonte que parece estar na zona do estômago e teimam em fazer-se acompanhar de ruído. Porquê? Vá-se lá saber!
Depositei esperança que a noite me fizesse acordar bem hoje.
Ao jantar foi quando me apercebi que o papá iria estar fora - menos um a chatear.
Passei o serão sózinha: vi a telenovela e fiz um pouquinho de ponto cruz. Acendi o aquecedor. Uma da manhã. Ainda tinha a loiça do jantar em cima da bancada. Não foi sózinha para a máquina, grande parva! Ali dormiu.
Subi para me deitar. Tinha tirado os lençoís para lavar e tinha esquecido de pôr outros. A estas horas? Dormi sem eles, que se lixe "Com a maluqueira com que tás nem dás por isso", pensei.
Dormi bem.
O papá chegou de manhã e levou os meninos á escola. Não me apeteceu ir.
Pentei-me e olhei para o espelho.
Achei-me mais feia que o habitual.
Espalhei o cabelo pelos ombros. Pareceu-me melhor.
Abri o armário para guardar a escova. Um frasco de verniz de unhas há tanto tempo abandonado.
Ao dar rápidamente uma pincelada em cada unha é que reparei que aquelas peles que se empurram já estão bem crescidinhas... Há tanto tempo que não olho para as minha unhas sem ser para cortar..
Carrego três vezes no spray do perfume em minha direcção. Fecho o armário e viro-me... Novamente o espelho. Inspiro o ar perfumado e o espelho consegue devolver-me o meu sorriso. De imediato os olhos de enchem de água. "Desanda daqui" - disse para mim.
Senti vontade de sair pela janela.
É que tinha uma semana de trabalho á porta.


Do fim de semana safou-se uma coisinha que fiz bem e ficou óptimo. ISTO!
Obrigado Carina!

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Saudades de voçês

Tenho saudades de voçês.

Vocês a quem tenho seguido nas vossas "histórias", realidades, fantasias, simpatias e quem sabe até mentiras.

Tenho saudades mas não tem havido tempo.

Tenho tanta leitura em atraso.

Tenho 15 minutos para fazer o que puder.

15 minutos para voçês.

sábado, 14 de abril de 2007

Estou aborrecida


As minha ricas couvinhas estão infestadas destas maganas verdes.
Não as quero curar por causa dos cágados que andam á solta no quintal.
Este fim de semana vou ter que apanhar todas as couves e os espinafres.
Vai ser um aborrecimento ter que migar a couve toda para caldo verde (para congelar) e vou ficar com as minhas mãozinhas todas verdes e os dedos retalhados.
Grande chatice, ainda por cima cada vez que se pisa uma lagarta fica o chão todo verde.
Até já me passou pela cabeça não gastar mais dinheiro em aguarelas para as crianças.
Aquele verde é bem bonito e muito resistente.
Ou será que matar lagartas é maltratar aninais?
Preciso de canditados(as) a ajudarem-me na tarefa horticola deste fim de semana!
Alguém se oferece?

terça-feira, 10 de abril de 2007

Estou de volta (ou talvez esteja).
Não com a mesma garra porque o movimento por aqui não o permite, mas sempre vai dando para umas voltinhas, mas muito poucas mesmo, pelo menos por enquanto.

Tal como no dia de Páscoa também o Carnaval foi marcado por visitas a familiares no hospital.
Estas e outras questõezitas teem feito com que este ano de 2007 não nos esteja a ser muito favorável mas, como se costuma dizer, "o futuro a Deus pertence" (a minha avó dizia muitas vezes).

quarta-feira, 4 de abril de 2007

A semana está passando e agora que estou 5 dias mais velha, a vontade que tenho é de apagar o post.
Não o faço porque não quero destruir as atenções que tão gentilmente me dedicaram e também porque enquanto puder ler aquele sei que não escreverei outro igual.
E apetece-me comentar o meu post com aquelas palavras que classifiquei de ridiculas.
Mas pronto... haja força !
Obrigado por existirem.