segunda-feira, 28 de julho de 2008

Ouvido de passagem


O menino falava com o pai enquanto se passeava na loja pela rua das prateleiras dos brinquedos de meninos – nas lojas chinesas estas prateleiras encontram-se sempre bem povoadas daqueles brinquedos que nos últimos anos teem escasseado bastante no mercado: pistolas, espingardas, espadas e afins.

"- Quero ête, quero ête, quero ête"
"- Esse não, esse é dos homens feios, e maus"
"- Eu já sou feio"
"- Não és nada feio. Não és nada feio que eu não quero que sejas feio."


Instintivamente olhei para o menino a fim de confirmar a sua beleza.
E não era feio pois não, era tão bonito quanto pode ser uma criança de talvez 4 anos com um bonequito de peluche debaixo do braço.

Eu também não quero que o meu menino seja feio, mas não consegui evitar que surgisse no meio dos seus brinquedos uma “pitola”. O papá também tem uma para “assustar os ladões”.
E é aqui que “bate” a questão:
Brinquedos violentos, permitir livremente, proibir ou ensinar a utilizar com os cuidados a ter como se fossem verdadeiros?

Será que a proibição total não irá fazer com que o desejo de ter vá avivando cada dia que passa, até chegar a tal idade perigosa?
E aí... o fascínio é tal que já não se prende a brinquedos e... as verdadeiras, poderosas, com capacidade de “eu quero e assim será”... algumas são mesmo autenticas obras de arte.
Eu as aprecio pela sua beleza, tenho orgulho em ter boa pontaria (atirar com pressão de ar em caixa de fósforos foi tudo o que fiz, mas não interessa, acertei e isso é que vale), mas... e o meu filho como será?

Tenho medo de armas.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

De volta

Foi bom, muito bom...
Mas como tudo o que é bom, agora que passou pareceria quase irreal, não fossem as malas ainda meio por desfazer servindo de “centro de chão” da sala da cave.

Estou feliz por ainda não ter aderido à fotografia digital.
Logo à tarde após a ida ao fotógrafo será o reviver emocionante de momentos passados e quem sabe até já meio esquecidos, pois vezes há em que como tudo é novo o cérebro não regista certos pormenores.

Ontem estendendo a roupa até me dava arrepios só de pensar que na noite anterior tinha usado a aquela blusa tão “pesada”.
Agora entendo o drama dos não Alentejanos que quase “morrem” assados ao pisar estas terras. Drama que para mim sempre foi motivo de divertimento (sem ofensa para quem possa já se ter sentido quase um frango no churrasco).
Depois uns dias talvez a 24ºC – 27ºC, os 42ºC marcados no carro durante a viagem souberam-me tão bem.
Os meninos voltaram a dormir com pijaminhas de calções e sem manga... é bom estar em casa.