quarta-feira, 1 de julho de 2009

As gavetas antigas, fechadas à quase dez anos, voltaram a abrir-se e a revelar tesouros.
Sim, tesouros. Porque todas as memórias fechadas durante uma década se transformam em tesouros.
Foi tão bom ver fotos que já nem imaginava como eram, de gente que passou na minha vida e que agora nasce de novo para mim.
Pen-friend’s, já nem me lembrava como eram.

Uma foto, um rosto, uma expressão.
Tive de perguntar se era eu.
Tão linda de casaco branco. O casaco branco da minha mana, na altura em que os nossos 4 anos de diferença nos começaram a permitir vestir a roupa uma da outra.
Foi difícil reconhecer-me. Nunca me senti assim tão linda.

Aquela foto trouxe-me à realidade.
Não abandonei apenas este blog e as pessoas que por aqui passavam.
Abandonei-me a mim também, lentamente e sem dar por isso.
Uso os mesmos brincos à mais de um ano, não uso fios nem pulseiras e apesar do calor contínuo de sapatinhos e meias, pois ainda não tive vontade nem paciência para arranjar calçado de Verão. Visto-me porque tem de ser, mas o que vier à rede é peixe, não conjugo cores de roupas e nem me sinto mal com isso.
Sinto-me bem a mexer na terra, a tratar de plantas e a lavar loiça à mão.

Apetece-me ser diferente.
Apetece-me ser bonita antes de ficar velha demais para o conseguir fazer. Apetece-me renovar o guarda-roupa.
Apetece-me ser simpática, sorridente e feliz.
Mas não tenho vontade nem paciência.
Sou feliz caladinha e discreta.
Os meus meninos dizem que eu sou linda.