sexta-feira, 14 de setembro de 2007

E lá os deixei

E pronto lá ficaram e eu vim embora como todas as outras e todos os outros.

Ela em perfeita sintonia com o ambiente, revendo os colegas e a professora querida.
Apesar da fenomenal birra logo pela manhã por questões de escolha de roupa, não me inspira cuidados fora do normal.

Ele, super entusiasmado, lá ficou sentadito sem perceber muito bem o que iria acontecer a seguir, rodeado de 20 crianças das quais conhece duas ou três. Caladinho como é habitual nele, fez-me um adeus sorridente, daqueles que sossegam qualquer coração.

O pai, lamenta não poder estar presente.

Eu, sinto vontade de chorar.
Sinto pena de não poder estar lá para buscar ao almoço.
Lamento não ser eu a ver a carinha com que sai da sua primeira manhã de aulas, não ser eu a primeira a escutar as suas impressões... não ser eu, não ser eu... sempre foi assim, apesar de viverem comigo nunca fui eu a primeira em nada.

Às vezes penso que se não os tivesse parido não teria feito nada por eles que ninguém mais tenha feito, na maioria das vezes primeiro do que eu.

Sinto-me velha.
Deixaram de entrar fraldas na minha casa e agora até já a entrada no Jardim-de-infância me está “vedada”.
Já não tenho crianças em idade pré-escolar, apesar de ele ainda ter os 5 anos.
Outro dia deixei um bilhete ao papá e a menina teve o desplante de me vir perguntar a ultima frase porque a letra estava torta.

Os meus bebés cresceram, agora são meninos e qualquer dia são adultos e eu não dei por isso.

Estou a pensar... já pensei muitas vezes, mas tem que ser muito bem pensado mesmo.
Há uns tempos ouvi falar de algumas instituições de crianças abandonadas, que não sendo adopção se poderia fazer uma espécie de apadrinhamento levando para casa aos fins-de-semana e proporcionando algumas vivências familiares.
Não sei se isso existe de facto, não sei se será bom para as crianças. Tenho medo de que as voltas para a instituição sejam dolorosas.
Passa por aqui tanta gente... com certeza haverá alguém que saiba.

Eu queria viver sem trabalhar, há tantas coisas boas que perco por causa do trabalho. E no entanto esforço-me por manter o trabalhito e se este acabar será uma luta doida para encontrar outro.

Carina, Carina, não entendeste o resultado daquele estudo maluco... eu também não. Pois não trocaria estes momentos de ansiedade que estou vivendo por dois meses de fabulosas férias no Haiti sem a existencia dos meus mais-que-tudo.

15 Comments:

Blogger Tita said...

o tempo passa e eles vão crescendo. mas para os pais saõ os eternos bébes, apesar de já não usarem fraldas. Quanto a família de acolhimento, informa-te, quem sabe se não fazes uma criança, triste, sorrir. jokas

14 setembro, 2007 13:19  
Blogger Carina M said...

Ai miga tu escreves e obrigas uma pessoa a pensar..... pois eu também não sou a primeira em muitas coisas, e queria, como queria. A vida é assim vivendo, trabalhando e sorrindo. Pois lá está o estudo nem nesta situação aplica, mais uma prova de que existem coisas inexplicaveis.
Quanto a familias de acolhimento ao que sei precisam-se, mas estas não são apenas para os fins de semana. Digo isto poruqe a minha mãe é "familia de acolhimento" se bem que a criança é sobrinha, mas com tutela da seg. social. Quanto aos fins de semana, não sei, mas pergunta e pode ser que faças sorrir o coração de alguém.
Bjs

14 setembro, 2007 13:26  
Blogger María said...

Tive a mesma sensação que tu quando iniciou este ano lectivo, já não vou para a creche, mas sim para o pré-escolar....

Sei que é diferente da tua situação porque agora tens ambos os filhosna primária....espero que ele goste do seu 1º dia de aulas, é sempre marcante, não é?

Quanto às famílias de acolhimento, sei que há, sei que precisam e sei que normalmente é para passar o fim-de-semana. Na Pais&Filhos há um tempo havia um artigo sobre isso..

Pesquisa na net, nas isntiuições, ou na seg.social de certeza que te informam como deve ser..

Eu não seria capaz, acho que a volta à instituição ia ser muito dolorosa e ia passar a semana toda preocupada...para mim não dava, só penso mesmo em adoptar, aí sim, gostava muito, mas o meu marido não partilha da mesma opinião...

Bjnhos grandes e bom fim-de-semana

Depois conta como foi o 1º dia de aulas!

14 setembro, 2007 14:09  
Blogger Maria Vicente said...

acredito, a minha ainda é pequena e sinto a sensaçao que já é tão crescida.
enfim... é a vida.....
beijinho

14 setembro, 2007 14:42  
Blogger Pitanga Doce said...

Porque não fazem um manual para mães desesperadas? Ias ver quantas passam por estes mesmos sentimentos de culpa, de que não estamos fazendo o máximo e tal...
Tem calma! Eles ainda são tão crianças e ainda vão ficar tanto tempo contigo. E quantas pequenas separações ainda hão de vir!

PS: Olha só quem fala! Eu, que ainda me emociono quando o rapaz sobe ao palco para receber o diploma universitário com o cachecol de Portugal enrolado aom peito.

beijos doces

14 setembro, 2007 17:01  
Blogger Patricia said...

É assim a vida... Quando tivesse filhos eu gostava de poder ser a primeira a ouvi-los falar, a ve-los gatinhar, a ve-los andar, mas infelizmente não vou ter essa possibilidade porque eu, tal como uma grande percentagem das mulheres portuguesas precisam de trabalhar...

beijos

14 setembro, 2007 17:53  
Blogger Omeupititxoco said...

Eles crescem tão depressa... eu às vezes sinto que passo mais tempo com os filhotes dos outros do que com o meu... e sinto que também esgoto a paciência e energia com eles sobrando, às vezes, pouco para o meu pimpolho. É a lei natural das coisas, eles crescem, criam asas e voam para longe do ninho e nós ficamos... costumo dizer muitas vezes: Ó tempo passa devagar!!
Conheci uma família que recebia uma menina de um lar em casa aos fins-de-semana e que nas férias ela também passava umas boas temporadas com eles, sabes o que aconteceu?? Acabaram por adoptá-la, já tinham 3 filhas, agora são 4 :-)

14 setembro, 2007 21:00  
Blogger Unknown said...

é VERDADE Maria João. Não damos pela vida passar! Tb acho que nunca fui a primeiraem nada na vida da minha filha, nem a vê-la pela primeira vez. Ainda hoje estava a olhar para as fotos do primeiro dia da primeira classe dela e hoje foi o primeiro dia de aulas do... 9º ano! É engraçado porque tb penso muito em adoptar ou acolher uma criança. Mas, lá está, o trabalho que é demais pelas horas que nos consome, mas que, por razões óbvias não podemos deixar. É um dilema terrível. Filhos biológico não quero mais nenhum, mas "paridos" de outro modo gostaria muito. Felizemnete, em termos materiais, tenho mais do que 0preciso e, apesar de ajudar umas crianças em África (continente onde nasci), penso sempre que podia fazer mais!
Tb já ouvi falar nesse sistema de acolhimento de crianças ao fim-de-semana e tenho a certeza que é no Norte de Portugal, só não sei se é em BRaga ou Viana do Castelo... beijinhos

14 setembro, 2007 21:40  
Blogger Docinho said...

Fiquei comovida pela tua atitude... pela tua vontade e dar mais... de amar!

Beijos comovidos

14 setembro, 2007 23:39  
Anonymous Anónimo said...

Quando estamos a trabalhar temos a ideia de que se estivessemos em casa era diferente.Eu trabalhei,estou em casa á dois anos,sem possibilidade de voltar a trabalhar.Em casa os dias são todos iguais,fico stressada e até deprimida,agora com o inicio das aulas ainda vai ser pior...
Nunca estamos bem,não é?
Quem trabalha queria estar em casa e quem está em casa farta-se.
Beijinhos
Diana Gonçalves

14 setembro, 2007 23:53  
Blogger MARY said...

Vim no seu blog atraves de um comentario que fez nos meus sonhos culinarios e vim conhecer seu blog.
Gostei muito,estive lendo atentamente todo seu post, e lhe digo que a compreendo muito bem.
São momentos que nunca esquecem e por veses os perdemos, mas é assim a vida, para podermos lhes dar uma vida um pouquito melhor temos de fazer alguns sacrifios.
Mil beijos da Mary

15 setembro, 2007 14:03  
Blogger Pipocas Bebé said...

Olá Maria-João!
Não sei se vou meter a pata na poça ao dizer isto, a tua filhota não faz aninhos hoje?!
Se sim,desejo-vos Muitos Parabéns, Muitas Felicidades, Muitos anos de vida e uma vida repleta de Amor, Saúde e Paz!
Se não, desculpa enganei-me no dia!
Muitas beijoquinhas fofinhas para os filhotes e para a mamã!

PS-»tb já ouvi falar nesse sistema de apadrinhamento de crianças, mas o meu marido não quer...

16 setembro, 2007 18:54  
Blogger Sonia said...

de fco escreves oq e sentem muitas de nós... essa sensaça de na ser a 1º na vida dos nosos filhos muitas de nós sente....eu senti e sinto.... mas faz parte ... e o simles facto de chega a fim do dia e receber um abraço acompanhado de "mam" deixa-me tranquila po eles senem que estamso ali....beijinho e força

17 setembro, 2007 12:23  
Blogger Carla Iglesias said...

Olá Maria João,
Calma, eles ainda são bebés para ti e para o teu marido e serão sempre os vossos bebés.
Eu sei o que sentes, e as minhas embora sejam pequenas, estão a crescer tão depressa que já sofro por antecipação.
Quero estar sempre presente na vida delas, e gostava que estivessem sempre comigo, mas sei que não é possivel.. Mais tarde vão voar fora do ninho, como eu fiz, como é a lei da vida.
Quanto ás familias de acolhimento, uma vez li de uma jornalista que levava 2 meninas que eram irmãs para passar o fim de semana com ela. Elas adoravam , e começaram a ir no Natal e em ocasiões festivas. Mais tarde, essa jornalista disse que tomou um amor tão grande pelas miudas que queria estar com elas todoso os dias acabou por adopta-las. Eu penso que o regresso á instiuição não é triste e nem doloroso, e pelo menos fazes uma criança feliz por momentos e elas sabem que quando saem têm alguem que olha por elas e gosta delas.

Beijinhos
Carla

17 setembro, 2007 13:51  
Blogger Ana Isabel said...

É a vida mesmo miga.
Eles crescem tão depressa se tornam "independentes" e a nós dá-nos umas saudades do antigamente.
Bjs

17 setembro, 2007 14:34  

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