Cheguei a casa com o meu menino. Ele já tinha jantado. Eu não.
O pouco gosto que tenho por sentar-me à mesa sem companhia venceu os sinais que o meu estômago começava a dar e decidi esperar pelo papá que viria jantar umas três horitas mais tarde.
O menino quis umas sopinhas de leite antes de ir para a caminha.
Enquanto ele comia eu ia passando os meus dedos pelos seus caracóis, dantes tão enroladinhos e agora cada vez mais largos.
O meu alarme da fome disparou mais sonante.
Olhei para o frigorífico.
E se isto me acontecesse sem eu ter ali uma panela de sopa e uma taça de carne assada?
E se isto me acontecesse sem eu ter ali pão?
E se isto me acontecesse sem eu ter ali fruta?
E se isto me acontecesse sem eu ter ali ainda uma parte dos bolos do Natal?
E se isto me acontecesse sem eu ter comida em casa?
E se isto me acontecesse sem o meu filho ter já jantado e sem ter pão nem leite nem nada que lhe matasse a fome?
Isso sim, seria desesperadamente doloroso.
E há quem viva assim.
Há.
Pois há.
Será que há?
Será que ainda há?
Será que já há?
Assim mesmo, no limite em Portugal?
Ái! Faz doer só de imaginar.
O pouco gosto que tenho por sentar-me à mesa sem companhia venceu os sinais que o meu estômago começava a dar e decidi esperar pelo papá que viria jantar umas três horitas mais tarde.
O menino quis umas sopinhas de leite antes de ir para a caminha.
Enquanto ele comia eu ia passando os meus dedos pelos seus caracóis, dantes tão enroladinhos e agora cada vez mais largos.
O meu alarme da fome disparou mais sonante.
Olhei para o frigorífico.
E se isto me acontecesse sem eu ter ali uma panela de sopa e uma taça de carne assada?
E se isto me acontecesse sem eu ter ali pão?
E se isto me acontecesse sem eu ter ali fruta?
E se isto me acontecesse sem eu ter ali ainda uma parte dos bolos do Natal?
E se isto me acontecesse sem eu ter comida em casa?
E se isto me acontecesse sem o meu filho ter já jantado e sem ter pão nem leite nem nada que lhe matasse a fome?
Isso sim, seria desesperadamente doloroso.
E há quem viva assim.
Há.
Pois há.
Será que há?
Será que ainda há?
Será que já há?
Assim mesmo, no limite em Portugal?
Ái! Faz doer só de imaginar.
12 Comments:
Olá Mª João,
Existe mesmo e não muito longe de nós. Deve haver muita pobreza escondida em Portugal e eu por vezes desperdiço tanta comida, tantos restos que até fico com remorsos..
O que vou dizer é uma realidade um pouco distante da nossa mas foi uma imagem que eu nunca mais esqueci: Vi uma imagem de um menino em África, á espera que um burro fizesse xi-xi para ele puder beber e saciar a sua sede.Fiquei tão impressionada que já evitava gastar água mas depois disso ainda poupo mais.
Beijinhos grandes para ti e deixo já votos de um excelente 2010, com muita saude principalmente!
Ola querida... as lagrimas vieram-me aos olhos quando li o teu post! Infelizmente à muita fome, muita pobreza...
Sabes que quando estou triste, aborrecida com alguma coisa penso muito nisso... ÂNGELA, tens uma casa, uma excelente familia, tens saude, comer na mesa... quantos não dariam tudo para ter metade daquilo que eu tenho??
Beijinhos e que o novo ano te traga tudo aquilo que mais desejas
Ângela
Que bom ver-te por aqui.
Sim há, infelizmente há. Existe aqueles casos em que não há por desleixo, por preguiça, mas quando há crianças essas padecem desse desleixo dessa preguiça, mas tb há os que não tem mesmo por não ter, infortunios que assim ditaram a vida.
Sem dúvida temos de dar graças pelo que temos, e pedir que haja sempre trabalho para que continuemos a ter.
Desejo a ti e á tua familia um bom 2010.
Bjs
pois é uam realidade cada vez mais frequente. Sei que muitas das crianças que me dão os bons dias todos os dias e única refeição que comem é aquela que é servida na cantina da escola, e no dia seguinte de manhã lá estão a pedir um bocado de pão para lancharem.
Esperemos que seja uma realidade em vias de extinção e que todos tenham o pão e o leite osbre a mesa todos os dias.
Um beijinho grande e um Feliz Ano novo.
há sim Mª João, infelizmente há e cada vez mais... ajudei uns anos na campanha de Natal aqui da zona, e de ano para ano eram cada vez mais as familias carênciadas, de tal modo que agora essa campanha é feita por uma organização com mais mobilidade e meios para angariar fundos!
É um assunto ao qual sou sensivel, porque conheço essa realidade!
bjinhos para ti e teus meninos
e aproveito para desejar um Bom Ano
Olá João.
Como sabes,pois já o tenho dito muitas vezes...os teus textos encantam-me.
Meche-te...e fáz uma compilação de todos ou dos que gostares mais e edita...Tem que haver uma editora que pegue nestas coisas...
Arranja um titulo, ou simplesmente deixa que te dê um clic e um titulo aparece!!!
Bjnhos e obrigada plos momentos de prazer de leitura que me dás.(Já que sou uma apaixonada por ler)
BOM ANO
alice
Linda, bela a tua reflexão!
É que existe mesmo, é tão real!
Felicidades:)))
Beijo p ti,
Olá !!!
Um passarinho me contou que não existe um dia especial
para sentir uma emoção gostosa.
Mas tem dias que ela é sentida muito mais intensamente.
E hoje é o meu dia de te dar "aquele" olá especial.
Um olá luminoso e cheio de esperança para viver.
Um abraço bem carinhoso...
BJS
Néa Souza
Há de tudo nesta vida...
Infelizmente de tudo mesmo...
Beijinho,
Meggy
Olá flor, está td bem amiga?!
Saudades...
BjO
Amiga João, por onde andas? tá td com saúde aí por casa?
Tu, marido e filhos?
Anda, volta a escrever... tenho saudades dos teus textos.
Bjnho e um xi com carinho
alice
Olá M.João.
Muito obrigada por me teres visitado.
Bom fim de semana e um grande xi pra ti e bjnhos para os teus tesouros.
alice
Enviar um comentário
<< Home