A culpa é da toalha.
Eu sempre quis ter uma família com o modelo tradicional.
Como aquela em que nasci.
Meninos na escola, adultos no trabalho, pequeno-almoço de manhã, todos juntos sentados à mesa para as refeições, vigília durante o dia e a noite para dormir.
Mas também sempre soube que, com a pessoa que escolhi para formar uma nova família, esse modelo estaria inevitavelmente comprometido.
Refeições com a família complecta... se forem 3 por semana já é semana de festa.
A colcha da cama não serve durante a semana quase toda porque há sempre quem durma... ou de noite, ou de dia.
Passamos dias sem falar porque quando chego está a dormir e quando vai embora durmo eu.
Mas hoje é diferente.
Hoje é “oficial” e vai mesmo para fora.
Hoje sinto-me só e desamparada.
Mas porquê?
Porquê?... Se afinal de contas vai voltar muito antes do que nos encontraríamos se estivéssemos no habitual desencontro de horários?
Eu sei porquê.
Já não é o não conversar, já não é o não o ver, já não é o ter que explicar aos meninos o porquê de não poder quase nunca programar o próximo fim-de-semana... a isso já quase nos habituamos.
Por vezes basta uma caneca suja de leite esquecida em cima da bancada, o chuveiro molhado ou uma peúga chulézenta caída na escada por descuido, um aroma de after shave pairando pela casa quando não é usado por nenhuma das pessoas presentes ou o carro estacionado de forma diferente de como eu havia deixado... basta qualquer pormenor para estabelecer contacto, para saber que “está aqui” e é nosso.
Mas hoje ele foi e levou a toalha.
A toalha de banho... o estojo da barba e a escova de dentes.
E é esse pormenor, de aparente pouca importância que afinal de pouca não tem nada, que faz a grande diferença, que marca a ausência tão breve mas tão profunda...
É o chegar a casa e encontrar tudo tal como deixei... nem mais arrumado nem mais desarrumado.
Não gosto. Não me deixa feliz.
Como aquela em que nasci.
Meninos na escola, adultos no trabalho, pequeno-almoço de manhã, todos juntos sentados à mesa para as refeições, vigília durante o dia e a noite para dormir.
Mas também sempre soube que, com a pessoa que escolhi para formar uma nova família, esse modelo estaria inevitavelmente comprometido.
Refeições com a família complecta... se forem 3 por semana já é semana de festa.
A colcha da cama não serve durante a semana quase toda porque há sempre quem durma... ou de noite, ou de dia.
Passamos dias sem falar porque quando chego está a dormir e quando vai embora durmo eu.
Mas hoje é diferente.
Hoje é “oficial” e vai mesmo para fora.
Hoje sinto-me só e desamparada.
Mas porquê?
Porquê?... Se afinal de contas vai voltar muito antes do que nos encontraríamos se estivéssemos no habitual desencontro de horários?
Eu sei porquê.
Já não é o não conversar, já não é o não o ver, já não é o ter que explicar aos meninos o porquê de não poder quase nunca programar o próximo fim-de-semana... a isso já quase nos habituamos.
Por vezes basta uma caneca suja de leite esquecida em cima da bancada, o chuveiro molhado ou uma peúga chulézenta caída na escada por descuido, um aroma de after shave pairando pela casa quando não é usado por nenhuma das pessoas presentes ou o carro estacionado de forma diferente de como eu havia deixado... basta qualquer pormenor para estabelecer contacto, para saber que “está aqui” e é nosso.
Mas hoje ele foi e levou a toalha.
A toalha de banho... o estojo da barba e a escova de dentes.
E é esse pormenor, de aparente pouca importância que afinal de pouca não tem nada, que faz a grande diferença, que marca a ausência tão breve mas tão profunda...
É o chegar a casa e encontrar tudo tal como deixei... nem mais arrumado nem mais desarrumado.
Não gosto. Não me deixa feliz.