domingo, 19 de agosto de 2012

Porque a vida não volta atrás...

...tenho um pedido a fazer a quem talvez ainda por aqui possa passar.
Durante algum tempo andei aqui, neste cantinho... mas hoje eu sei que, definitivamente, não voltarei a este "estado de vida". 
Mudou a minha visão do tempo, a minha visão da vida... talvez envelheci...
Ainda que não se possa viver no passado, mas porque recordar o passado também é viver e ser feliz, eu peço a quem saiba que me diga como e onde. Sei que existe algures pela net, "algo" que transforma gratuita e legalmente um blog num documento pdf.
Quem me dá essa prenda? Uma prendinha de despedida?

sábado, 31 de dezembro de 2011

Um ano passou...

Um ano... literalmente um ano...
Um ano de ausencia daqui mas de presença na vida...
Um ano de silêncio e com ausencia de vontade de falar.
Em doze meses mudam os entusiamos... muda a forma de olhar para vida...
As crianças crescem e levam-nos aquela visão de um mundo envolto em magia e pó de estrelas...
A vida parece mais real... com menos romantismo.
As mãozinhas papudas, os bonequinhos no cabelo, o penico em forma de tartaruga no canto da casa... ou até depois o levar á escola pela mão estão presentes nas paredes do hall, da sala e no coração.

Voltar a este cantinho fez-me regressar ao passado e sentir saudades.
Um dia vou sentir saudades de 2011. Talvez amanhã...

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Prendas sem coração

SEM

Quando a obrigação não atrapalha a devoção, tomamos nas mãos o nosso coração e no pensamento o carinho que temos por alguém.
Munidos dessas duas armas percorremos lojas, vemos preços, vemos feitios, vemos pormenores... antecipamos sorrisos e brilhos nos olhares de quem vai receber.
O papel tem motivos de carinho e o laço tem brilho de amor.
Nesse embrulho vai também o coração de quem dá.
E quem recebe, recebe também a certeza de que esteve no pensamento desse alguém... a certeza de que foi lembrado.

Dinheiro... dinheiro é prenda sem coração.
Dinheiro só tem coração quando é esmola ou para ajudar quem precisa.

Quando casei ganhei prendas em dinheiro. Com elas viajei, mobilei a casa... soube bem para começar a vida.
Hoje recordo os sítios onde estivemos mas não recordo “quem nos levou” lá. Ao limpar o pó dos móveis não recordo quem nos “ofereceu”. Foi a união que fez a força e assim conseguimos algo maior.

Os que não contribuíram para o “bolo” levaram embrulhos com laços.
Hoje eu subo a escada, vejo o jarrão e lembro-me da Maria... venho até ao hall, vejo o pote e lembro-me do Manel... abro o armário, vejo a torteira limonges e lembro a Isabel... olho a colcha branca e lembro a Rosa...

Mas nenhum dos meus filhos ainda tem idade para casar.
Nenhum deles ainda tem necessidade de se auto sustentar.
Porquê então?
Porque pensarão que eles precisam desse material sem laços nem carinho? E ainda por cima no Natal que é tempo de amor e bons sentimentos?

Família é amor, é dádiva, é transmissão de valores.
Como posso eu tentar transmitir os meus valores sem ser ofensivo para ninguém?
Como dizer que quero educar os meus filhos com base no carinho e no reconhecimento dos bons gestos?

Dá-me uma flor escolhida por ti a pensar em mim... não me dês o dinheiro para eu própria a comprar a pensar em mim.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Olhei para o banco traseiro do carro.
Já tem apenas um dos dois assentos de criança.
Pousei as mãos sobre o volante e olhei em frente... Ela atravessa a rua e mistura-se na multidão ondulante com as mochilas ás costas.
Nesta escola já não a levo até ao portão com a sua mãozinha na minha e elásticos com bonequinhos nos totós. A minha bebé cresceu tão depressa. No porta-luvas tenho ainda uma fraldinha tamanho recém-nascido... já é um acessório do carro tão importante como o triângulo.

Está a chegar a altura que eu temia... deixar de ser mamã e passar a ser mãe. Mãe de quase pré adolescentes.
Os caracóis do apanhado do seu cabelo confundem-se na multidão que o nevoeiro abava e sigo caminho.
Rostos sorridentes acenam a mão à minha passagem... os seus antigos colegas dos quais eu conheço o nome, a idade, os pais e até alguns avós. Dos novos colegas pouco ou nada sei (acho que vou continuar a fazer festas de anos em casa).
Gosto tanto dela como está agora... mas de vez em quando a saudade assola, principalmente ao entardecer quando o ir da luminosidade nos volta o pensamento para dentro de nós.
As tardes de Outono são especialmente cruéis para a saudade.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O último dia de escola


No inicio foi assim.

Hoje terminou e a saudade já impera.
Lembro-me de quando foi comigo... aquela sensação de "não mais voltarei aqui sentindo que isto é meu".
E nunca eu tive um professora fixa os quatro anos e que para alem de professora fosse minha amiga.

Nunca lhe dei um beijinho diariamente nem me sentei no seu colo.
Se tivesse sido assim teria sido mais dificil a despedida.


A minha filha teve uma professora querida e maternal.
E eu tenho pena de não ter agora uma outra criança a entrar para a escola para poder manter aquela professora na familia por mais quatro anos.
Não sei fazer despedidas definitivas com alegria, será um defeito ou uma qualidade?

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Vou subindo nos degraus da escada da vida.
Nunca fui muito boa a lidar com isto e as alturas fazem-me vertigens.
Não me lembro especificamente do dia em que fiz 10 anos... se vir as fotos sei que lembrarei.
Mas lembro-me de todos os outros em que “mudei de casa”... mudamos de casa de 10 em 10.
Casa dos 10, casa dos 20... e por aí fora.... até onde a vida nos permitir.
Dez anos atrás mudei de casa pouco depois de ter iniciado a vida a dois. Vestia uma camisa creme que aconchegava também a minha rosinha ainda não nascida. Juntou-se a família e o jantar foi carne de porco à alentejana. Ganhei um microondas e estava feliz.
Hoje, entrando nesta nova casa, sinto-me triste. A minha rosinha embirrou de manhã por causa de saias vestidos e calças, a minha mãe está com a saúde em baixo e as minhas olheiras metem medo ao susto.
Fui ao cemitério dizer a minha avó que tenho aqueles anos pelos quais me lembro de sempre a ouvir suspirar quando já lhe tinham ficado para trás.
Apetece-me chorar e cuidar de plantas.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Cheguei a casa com o meu menino. Ele já tinha jantado. Eu não.
O pouco gosto que tenho por sentar-me à mesa sem companhia venceu os sinais que o meu estômago começava a dar e decidi esperar pelo papá que viria jantar umas três horitas mais tarde.
O menino quis umas sopinhas de leite antes de ir para a caminha.
Enquanto ele comia eu ia passando os meus dedos pelos seus caracóis, dantes tão enroladinhos e agora cada vez mais largos.
O meu alarme da fome disparou mais sonante.
Olhei para o frigorífico.
E se isto me acontecesse sem eu ter ali uma panela de sopa e uma taça de carne assada?
E se isto me acontecesse sem eu ter ali pão?
E se isto me acontecesse sem eu ter ali fruta?
E se isto me acontecesse sem eu ter ali ainda uma parte dos bolos do Natal?
E se isto me acontecesse sem eu ter comida em casa?

E se isto me acontecesse sem o meu filho ter já jantado e sem ter pão nem leite nem nada que lhe matasse a fome?
Isso sim, seria desesperadamente doloroso.
E há quem viva assim.
Há.
Pois há.
Será que há?
Será que ainda há?
Será que já há?
Assim mesmo, no limite em Portugal?
Ái! Faz doer só de imaginar.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Oito

Oito anos atrás
Todas as vozes sopravam a mesmas palavras
Agora são dois...
E ela ainda é tão pequenina...
Blá blá blá... blá blá blá...

Algumas mais atrevidas armadas em videntes
Agora dão trabalho mas isso não é nada...
Quando crescerem é que vai ser pior...
E aqui a sabichona atribuía-lhes uma considerável percentagem de quase idiotice.
Ora pois... talvez a coisa não fosse bem assim


Oito anos depois...
Vivem-se os limites das teimosias com saudades da febre dos dentinhos
Vivem-se os limites das respostas tortas com saudades das fraldinhas pintadas de castanho
Vivem-se os limites das embirrações com saudades das birrinhas dos 2 anos
Afinal não havia sabichona e ninguém tinha uma considerável percentagem de quase idiotice.
Cansa menos fisicamente mas... cansa mais psicologicamente


Daqui por oito anos, como será?
As vozes armadas em videntes continuam a soprar as mesmas palavras... pois... afinal eles ainda irão crescer mais.
Agora já acredito em tudo.

Hoje
Euforia, alegria, felicidade... bolos para decorar, prendas para abrir...
Que bom que ele existe!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Acordei da minha picadela no fuso.

Fiz anos de casamento e fui jantar fora a dois, como dantes.
Num restaurante novo para nós, caro como tudo mas... sem olhar a despesas... como dantes.

A minha menina fez anos.
Pela primeira vez levou amiguinhos para festejar em casa.
Passei duas noites a pé a preparar tudo mas... adorei.

Aprendi a fazer bolos em forma de boneca.

Plantei flores novas.

Apetece-me voltar aqui e eis que estou de volta.
Apetece-me “rever” pessoal mas... muitas portas estão agora trancadas...

A quem me quiser abrir a porta... eu voltarei a passar por lá... como dantes.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Que fartura

Há dias daqueles em que nada apetece.
Não apetece dar um passo, não apetece ver ninguém... nem sequer apetece pensar.
Ultimamente esses dias repetem-se seguidos atrás uns dos outros.
Após duas semanas de férias, que passei em casa onde tinha tantos projectos bonitos de alterações e acabei por não concretizar nenhum totalmente, eis que regresso ao trabalho com a sensação de “saí daqui ontem”.

Apetece-me ficar um mês sozinha em casa.
Com as minhas plantas, com a minha ausência de pensamentos...

Andei por alguns blogs, escrevi algumas palavritas tão reles que apaguei, e saí sem deixar marca.
Sinto-me vazia de objectivos, sinto que o mundo me escapa e não tenho coragem de correr para o agarrar.
Preciso parar o tempo, descansar de qualquer coisa que não sei o que é, e depois voltar à vida... como naquele conto em que a menina se picou no fuso e o palácio todo adormeceu.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

As gavetas antigas, fechadas à quase dez anos, voltaram a abrir-se e a revelar tesouros.
Sim, tesouros. Porque todas as memórias fechadas durante uma década se transformam em tesouros.
Foi tão bom ver fotos que já nem imaginava como eram, de gente que passou na minha vida e que agora nasce de novo para mim.
Pen-friend’s, já nem me lembrava como eram.

Uma foto, um rosto, uma expressão.
Tive de perguntar se era eu.
Tão linda de casaco branco. O casaco branco da minha mana, na altura em que os nossos 4 anos de diferença nos começaram a permitir vestir a roupa uma da outra.
Foi difícil reconhecer-me. Nunca me senti assim tão linda.

Aquela foto trouxe-me à realidade.
Não abandonei apenas este blog e as pessoas que por aqui passavam.
Abandonei-me a mim também, lentamente e sem dar por isso.
Uso os mesmos brincos à mais de um ano, não uso fios nem pulseiras e apesar do calor contínuo de sapatinhos e meias, pois ainda não tive vontade nem paciência para arranjar calçado de Verão. Visto-me porque tem de ser, mas o que vier à rede é peixe, não conjugo cores de roupas e nem me sinto mal com isso.
Sinto-me bem a mexer na terra, a tratar de plantas e a lavar loiça à mão.

Apetece-me ser diferente.
Apetece-me ser bonita antes de ficar velha demais para o conseguir fazer. Apetece-me renovar o guarda-roupa.
Apetece-me ser simpática, sorridente e feliz.
Mas não tenho vontade nem paciência.
Sou feliz caladinha e discreta.
Os meus meninos dizem que eu sou linda.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Hoje estou feliz!
Gosto de cá andar e quero ficar muito tempo.
Patetices á parte, a melhor idade é aquela que temos agora.
A que havemos de ter um dia... sabe-se lá se e como...
A que já tivemos... já era e já foi...

quarta-feira, 8 de abril de 2009

8 de Abril

563 a.C. - nasce Siddhartha Gautama, Buda, fundador do budismo

1320 - nasce D. Pedro I, filho do rei Afonso IV e de sua mulher, D. Beatriz de Castela

1455 - Afonso de Borga é eleito Papa e adopta o nome de Calixto III

1546 - O Concilio de Trento adopta a Vulgata como versão oficial da Bíblia

1640 - Sai de Lisboa a esquadra que leva ao Brasil o primeiro vice-rei nomeado para aquela colónia, o Marquês de Montalvão

1859 - Nasce Edmund Husserl, filósofo alemão

1909 - Nasce a minha avó, filha de Custódio e de sua mulher Elvira

1938 - Nasce Kofi Annan, político ganês

1950 - Morre Vaslav Fromich Nijinsky, bailarino e coreógrafo de ballet russo, nacido en Kíev

1973 - Morre Pablo Picasso, pintor e escultor espanhol

Há um século atrás, um pequeno pormenor, totalmente determinante para minha existência.
Levei umas florinhas côr rosa.

Malmequeres de palha são as únicas duraveis que tenho floridas agora.

Eu gosto de malmequeres de palha.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O sol brilha e o coração fica mais quentinho.

Depois da tremenda geada que queimou quase todas as plantinhas, olhar os seus troços destroçados de onde querem agora surgir à viva força minúsculos rebentos vivos e verdes, dá-me força para levantar o queixo na direcção do céu, cerrar os olhos com o excesso de luz solar, e sentir o calorzinho iluminando o rosto.

Tivesse eu tempo de sentar-me à esquina, chapéu na cabeça, agulha e linha remendando peúgos... que saudades de mim menina sentada nos pés da minha avó enquanto ela cozia ao sol morninho.

Sou mãe e sou filha.
Momentos há, em que me apetecia ser avó e ser neta.
As netas teem tempo para as avós.
As avós teem tempo para as netas.
As mães não teem tempo para as filhas.

Mas hoje sei que ao chegar a casa para almoçar, terei um sorriso à porta esperando por mim... férias de Carnaval... é bom.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

De volta...?

Estou de volta... talvez.
A inércia dos dedos perante o teclado vencem a saudade dos sítios que deixei distanciar.
Eram tantos... mais de 100.
Muitas vezes pensei em reduzir, mas... mas...

Agora a redução está feita mas não por mim, não consegui.
No tempo que estive ausente muitas coisas mudaram, hoje não conheço os cantinhos com novas cores, perdi acessos a privados...

Tal como na vida real, também aqui distância com distância se paga.

Enfim... agora que são menos, sinto-me com vontade para voltar em força.

Talvez não aqui, não me apetece dizer, não me apetece pensar... só me apetece olhar, ver, ouvir... mantendo o meu silencio.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Cómico ou trágico?

O que é que sente alguém quando a pessoa com quem vive quase à 10 anos lhe telefona a meio do dia durante o preenchimento de uns papeis e... pergunta qual a sua data de nascimento?
E ainda admite que pensava que o ano era menos uma década do que a realidade?

O que é que sente alguém que vem do cabeleireiro (sitio onde não ia à quase um ano) e a o chegar a casa a pessoa com quem vive quase à 10 anos apenas tem para dizer "pensava que chegavas mais tarde".

O que é que sente alguém quando entre esses dois acontecimentos há apenas 4 horas de intervalo?

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

O homem da bateria


Eu não gosto de moelas e pronto.
Embora reconheça que uma pratinho de moelas bem decorado e apresentado, cheira bem e é apetitoso.

O mesmo se passa com barbas.
Reconheço que uma barba bem cuidada, no rosto certo, confere à personalidade um ar distinto, cavalheiresco e gentil.
No entanto... não gosto de barba e pronto.

Também não sou por aí além apreciadora de música jazz mas... assisti ao espectáculo, gostei bastante e só no fim dele é que... descobri que era musica jazz.
Dos intérpretes naturalmente sóbrios, destacava-se o baterista: um miúdo lindo com cabelo à Jesus Cristo, loirinho e com uma expressão facial que irradiava simpatia e gosto pela sua actividade.
Eu não lhe daria mais que uns 14 anitos.
Encantador. O meu menino também adora baterias.
Deve ser paranóia de mãe mas, cada vez que vejo um jovem a fazer algo bonito ou bem feito penso logo que poderiam ser assim os meus filhos.
Perdida em pensamentos do género ao som da música, sinto carregar no ombro esquerdo... um segredo da minha menina “mamã, o homem da bateria é mesmo bonito com aquela pêra”. Por momento fiquei perplexa: “não é um homem filha, é um rapaz”. “Tá bein” -respondeu-me
Para mim um miúdo... para ela um homem.
Lá vi então a barbinha loira... mas... e os 14 anos?
Talvez já tenha mais alguns em cima.

O 30 anos de diferença que tenho da minha filha, que não se notam a ver filmes da Barbie, que não se notam a vestir Nenucos, que não se notam a brincar com as flores... notam-se na forma como vemos os outros e talvez se notem ainda mais quando... quando ela começar a excluir-se dos festejos do dia 1 de Junho e para mim continuar a ser uma criança.

Tenho medo e tenho saudades.
Medo do futuro, saudades do passado.
E para cúmulo, cúmulo dos cúmulos...
Tenho saudades do presente.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Um dia a menos


Quando eu era pequenina dizia que ela era a minha tia preferida e adorava ir a sua casa.
Tinha sempre um lanche com chá e fatias douradas.
O chá era servido em chávenas e as fatias douradas eram quentinhas.
Tudo era degustado na mesa do barracão onde havia uma chaminé de fazer lume e pilhas de grades de cerveja Cergal e de sumo com um nome que agora não me lembro.


Os seus bolos eram muito famosos nas conversas em minha casa mas nunca a tinha visto fazer nenhum, até um dia.
Nesse dia via-a pegar na forma e untá-la com banha.
Até parecia mal untada com pequenos nózinhos de banha mal espalhada. Os ingredientes foram misturados sem grande cerimónia, despejados para a forma e enfiados no forno.
Sinceramente, no meu entender de criança, não dei muito por aquilo mas... ainda hoje, já com a memória do momento um pouco desvanecida pelo tempo, me parece impossível com foi possível o bolinho ter saído tão bom, nem cru nem queimado, e ter saído tão bem da forma.
Quem tem talento, tem mesmo.

Agora ela foi embora e não vão ser as lágrimas que já derramo, as orações que poderei rezar, ou as flores que poderei levar-lhe, que vão permitir-me viver com ela os momentos que podia ter vivido e não vivi.
Porquê?
Porquê é que no meio das nossas actividades diárias não encaramos verdadeiramente de frente a realidade de que um dia tudo vai embora e depois não há mais hipótese?
As pessoas que temos não são um dado adquirido que teremos sempre e podemos deixar para amanhã. Não, não são.
Estou tão triste, tão desgostosa.

Estou mais pobre.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Sete aninhos

Tempos houve em que não soube lidar com a minha própria idade.
Tempos houve em que cada vez que fazia mais um ano, achava demais.
Hoje aceito com naturalidade que tenho.
Aceito a meia dúzia de cabelitos brancos que caço com a pinça antes que cresçam e continuo a não me conseguir habituar a usar diariamente um cremezito anti-rugas.
Os meus meninos foram a razão de não me importar de os contar em mim própria.

Já quando são eles... sou acometida de ataques de saudades e a pergunta “onde está o meu bebé?” ecoa-me do fundo da alma.
É bom vê-los crescer, vê-los progredir, vê-los tornarem-se cada vez mais neles próprios, mas dia a dia vão ficando saudadinhas daquilo que já foram.

Um dia, se Deus quiser, olharei para ela e verei uma rapariga linda, jovem, cheia de vida, um rosto de pele sedosa e sem rugas... e verei nela um reflexo de tudo aquilo que eu fui ou quis ser.
Um dia, se Deus quiser, olharei para ele e verei um belo rapaz, jovem, cheio de vida, um rosto de barba bem aparada e sem rugas... e verei nele um reflexo de tudo aquilo com que eu sonhava enquanto jovem.
Um dia, se Deus quiser, olharei para mim e não verei nem rugas nem cabelos brancos, não verei varizes nem pneus, não verei peitos descaídos nem rabo flácido... não verei velhice mas sim orgulho.
Um dia se Deus quiser, olharei o espelho e ele me mostrará a árvore majestosa da qual brotaram aqueles dois maravilhosos frutos.
Será que nesse dia ainda me perguntarei “onde está o meu bebé?”

Ontem o meu menino fez anos.
Deixei de poder dizer que é tão bom ter um menino de seis anos.

Mas hoje posso ver que está igualzinho a ontem e muito mais feliz porque já tem 7 anos.

Foi tão bom ter um menino de seis anos.
É TÃO BOM TER UM MENINO DE SETE ANOS.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Haja paciençia

Quem tem ou teve miúdos pequenos sabe (e se não sabe é porque teve sorte ou então delegou em alguém a sua educação), que muitas vezes, embora o amor de mãe seja sempre colocado em primeiro lugar, muitas vezes a paciência atinge o limite e temos a necessidade de sucumbir escondendo-nos atrás de um tom de voz mais elevado ou em casos limite até mesmo de uns belos "berros".
"Berrar" é estúpido. – Dizem vocês.
Ah, pois é! Mas quem "berra" são os outros. Nós próprias, só falamos um pouco mais alto ou quando muito somos mesmo obrigadas a gritar.
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Temos mobília nova na cozinha.
Três anos depois da mudança para a casa nova, colocamos então a mesita e as cadeiritas a condizer com os armários e bancadas previamente instalados.
Como todo o Santo enquanto é novo é festejado, agora a mesa e as cadeiras da cozinha são as nossas meninas dos olhos, até jantar de inauguração houve.
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Ontem à tarde (qualquer família sonha com uma tarde do Domingo ensolarada para fazer coisas boas), papá trabalhando, mamã atarefada com as roupas, crianças brincando livremente pela casa.
Do exterior eu podia ouvir os diálogos vindos da cozinha. Mano para cá, mana para lá, risos, palavras, alegria...
Entrei...
No chão pedacinhos minúsculos de papeis recortados. Na mesa tesouras, x-actos,
marcadores, cola, guaches, purpurinas...
Parecia um atentado de vandalismo ás minhas coisitas novas.
Nada que umas breves palavrinhas em tom firme e ligeiramente mais elevado não pudessem resolver e teríamos visto miúdos zelosos e sem esforços de argumentação a mudar o "poiso" do seu caos. Sim, porque no que respeita ás divergências sobre os conceitos de arrumação entre miúdos e graúdos, há muito que as vias diplomáticas se encontram esgotadas até à exaustão.

Mas no meio do caos da minha tormenta reinava uma alegria infantil, uma candura diabolicamente angelical que secou a minha garganta e as palavras não saíram, nem altas nem baixas.

Encostei-me à ombreira da porta e fiquei a ver, ali mesmo na minha frente, em que é que se tinham transformado dois meses do meu salário.
Não, não pensem que são móveis de palácio. Na verdade até não é lá grande coisa de mobília mas... na verdade eu também não tenho lá grande coisa de ordenado.

Elevei o olhar para o tecto... fechei os olhos...
senti uma vontade tão grande de bater com a cabeça na parede...

"Mamã, recortei para ti, toma... um triângulo... um copo... um vaso... um coração..."

Porquê é que as mães gritam ás vezes?
Porque estão loucas?
Ou para não darem em loucas?

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Aquele “encanto” de correr blog’s, conhecer novos cantinhos... passou.
Começaram a ser tantos, a consumir tanto tempo e energia que... a vontade acabou mesmo.
No entanto, de toda essa “expansão”, algumas vidas, algumas histórias, algumas pessoas são muito mais de que uma simples parte dessa “expansão”.
Vou deixar muitos, muitos mesmo... mas não todos.
Há muitos blog’s que só retribuem comentários, praticamente é o que eu tenho feito nos últimos tempos embora não seja bem essa a minha politica. Aliás, nos últimos tempos nem isso tenho feito.
Não gosto daqueles contadores de visitas que anunciam a localização.


Olhando agora para a rua e ao vê-los passar pergunto porque razão será que os distribuidores da Dica, o jornal do Liddl teem sempre tão mau aspecto?
Se bem que a roupita que envergam não seja lá muito ao meu gosto, não é a isso que me refiro mas sim ao ar carrancudo e pouco simpático.
Quanto custa um sorriso?

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

terça-feira, 16 de setembro de 2008


Foi tão bom trazer uma bebé a este mundo.
Foi tão bom ter uma menina com um aninho.
Foi tão bom ter uma menina com dois aninhos.
Foi tão bom ter uma menina com três aninhos.
Foi tão bom ter uma menina com quatro aninhos.
Foi tão bom ter uma menina com cinco aninhos.
Foi tão bom ter uma menina com seis aninhos.
Foi tão bom ter uma menina com sete aninhos.

Estou crente que será tão bom ter uma menina com oito aninhos.

Hoje os meus pensamentos enrolam-se em turbilhão e percorrem cantos esquecidos da memória de à oito anos atrás, obrigando-me a uma força permanente para contenção das lágrimas.

Não é tristeza mas sim saudade.

Saudade do tempo que passou e do que vai passar, porque até mesmo antes de chegar já sei que não o viverei o suficiente para ficar satisfeita.
Queria ficar hoje, pelo menos hoje, todo o dia com ela, só com ela.

Até ficar farta.
Acho que assim eu seria feliz.

Compor os seus caracóis, fazer bolinhos, comer rebuçados, ler livros, dizer anedotas, andar a pé, plantar flores, ir ás compras, ouvir milhares de vezes "mamã adoro-te", tirar fotos com óculos e sem óculos, vestir roupa nova... tudo até enjoar e querer passar ao dia seguinte.

Ela está na escola, feliz.
Eu estou no trabalho, a pensar sempre nela.

Hoje mais do que em qualquer outro dia, tenho inveja dos receptores de todos os seus sorrisos que a minha vista não pode alcançar.

É tão bom ter uma menina que faz anos e gosta.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008



Começou a escola.

Para eles o regresso com saudades, a alegria...
Para mim o voltar do corrupio, as pressas à noite, as pressas de manhã, as preocupações acrescidas.

Este ano não gostei da escola, não gostei do funcionamento.
Não gostei da nova relação entre pais, professores, auxiliares e espaço escolar que parece que será adoptada – distância.
Mas perante os meus meninos gosto tanto quanto é bom que eles gostem e estou tão feliz quanto quero que eles lá se sintam.
E eles estão felizes.
Os braços abrindo-se e pousando em câmara lenta sobre os ombros da professora, num abraço tão meigo, deixaram-me assim com ciúminhos.

Aquela professora tem tudo o que uma mãe precisa na professora da sua filha.
Para mim é um conforto.

sábado, 23 de agosto de 2008

Uma crise sem nome

Tenho andado afastada daqui.
Estou bem mas... não tenho nada para dizer.
Devo estar a passar por uma qualquer crise desconhecida ou sem nome.
Acho tarde para ser a crise da adolescência.
Acho cedo para ser a crise da meia-idade.
Ando numa fase que só duas coisas me dão interesse: fazer ponto cruz e jardinar.
Cortar ramos, apanhar folhar, mudar plantas, mexer na terra.
Hoje não vou querer saber de limpar pó, aspirar, arrumar... que se lixe!
Hoje vou fuçar no exterior. Vou “renovar” as plantas, vou ser feliz de tesoura na mão por umas boas horas.
Tenho 120 plantas em vaso, mas não tenho máquina fotográfica digital, não gosto, não quero.
Mas se tivesse as minhas plantinhas estariam aqui.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

O fogão – aliado indispensavel, inimigo mortal

Quase nada me atormenta ao ponto de querer deixar decidido o que devem fazer comigo quando eu deixar este mundo.
A roupa a vestir, a côr das flores... tudo isso são pormenores que apenas confortam (ou desconfortam), quem cá fica.
Apenas uma coisa me arrepia quando penso em cremação, da qual eu não conheço rigorosamente nada apesar de estar tão em “moda” – as chamas no cabelo.

Bifinhos de peru com molho de cogumelos acompanhado de ervilhinhas do quintal – almocinho saboroso, rápido e fácil.
Tacho arrufado.
Chama apagada.
Gás a sair sem ser queimado.
Automaticamente acendo o isqueiro.
Uma nuvem de chama espalha-se na minha frente.
Apesar do calor do dia tinha enfiado a primeira blusa que me apareceu à frente – com manga a três quartos – talvez os adultos também tenham um anjinho da guarda.
Senti uma onda quentinha envolver-me as pernas, o peito.
Um cheiro a musgado.
Vi o rasto de chama dirigindo-se a uma pinga de gordura caída na bancada – felizmente era pequena.
Soltei um grito.

"Alguém" veio ver o que se passava.
O gáz espalhado não tinha sido muito... por isso não viu nada.
"Cheira lá a minha cabeça".
Não notou o cheiro a musgado.
Viu que o almoço estava bem encaminhado e foi embora tranquilo sem qualquer comentário ou atenção.

E foi aqui que o meu mundo desabou e as lágrimas jorraram.
Soube tão bem o "abraço" da fresquinha parede de azulejos brancos á qual me encostei tapando o rosto com as mãos.
O que verdadeiramente me assustou foi o pouco caso.
Seria preciso eu arder inteira ao ponto de não conseguir aprontar o almoço para que alguém ao menos me perguntasse o que se tinha passado?

Podia não se notar mas eu precisava de um abraço.
Não tenho mãos peludas mas... os microscópicos pelinhos louros tinham a pontinha preta e enrolada.

Chorei com soluços.

Tomei banho de chuveiro.

Chorei.

Não almocei.

Chorei.

Á noite...
foi difícil adormecer.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Ouvido de passagem


O menino falava com o pai enquanto se passeava na loja pela rua das prateleiras dos brinquedos de meninos – nas lojas chinesas estas prateleiras encontram-se sempre bem povoadas daqueles brinquedos que nos últimos anos teem escasseado bastante no mercado: pistolas, espingardas, espadas e afins.

"- Quero ête, quero ête, quero ête"
"- Esse não, esse é dos homens feios, e maus"
"- Eu já sou feio"
"- Não és nada feio. Não és nada feio que eu não quero que sejas feio."


Instintivamente olhei para o menino a fim de confirmar a sua beleza.
E não era feio pois não, era tão bonito quanto pode ser uma criança de talvez 4 anos com um bonequito de peluche debaixo do braço.

Eu também não quero que o meu menino seja feio, mas não consegui evitar que surgisse no meio dos seus brinquedos uma “pitola”. O papá também tem uma para “assustar os ladões”.
E é aqui que “bate” a questão:
Brinquedos violentos, permitir livremente, proibir ou ensinar a utilizar com os cuidados a ter como se fossem verdadeiros?

Será que a proibição total não irá fazer com que o desejo de ter vá avivando cada dia que passa, até chegar a tal idade perigosa?
E aí... o fascínio é tal que já não se prende a brinquedos e... as verdadeiras, poderosas, com capacidade de “eu quero e assim será”... algumas são mesmo autenticas obras de arte.
Eu as aprecio pela sua beleza, tenho orgulho em ter boa pontaria (atirar com pressão de ar em caixa de fósforos foi tudo o que fiz, mas não interessa, acertei e isso é que vale), mas... e o meu filho como será?

Tenho medo de armas.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

De volta

Foi bom, muito bom...
Mas como tudo o que é bom, agora que passou pareceria quase irreal, não fossem as malas ainda meio por desfazer servindo de “centro de chão” da sala da cave.

Estou feliz por ainda não ter aderido à fotografia digital.
Logo à tarde após a ida ao fotógrafo será o reviver emocionante de momentos passados e quem sabe até já meio esquecidos, pois vezes há em que como tudo é novo o cérebro não regista certos pormenores.

Ontem estendendo a roupa até me dava arrepios só de pensar que na noite anterior tinha usado a aquela blusa tão “pesada”.
Agora entendo o drama dos não Alentejanos que quase “morrem” assados ao pisar estas terras. Drama que para mim sempre foi motivo de divertimento (sem ofensa para quem possa já se ter sentido quase um frango no churrasco).
Depois uns dias talvez a 24ºC – 27ºC, os 42ºC marcados no carro durante a viagem souberam-me tão bem.
Os meninos voltaram a dormir com pijaminhas de calções e sem manga... é bom estar em casa.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

FÉRIAS

Pela primeira vez na minha vida (exceptuando a altura do casamento e lua-de-mel), consegui marcar ferias sem sofrerem alterações de data e em simultâneo com o papá.
Bom bom teria sido um mês inteirinho mas... com 15 diazitos já ficámos todos felizes.
Pela primeira vez na nossa vida projectamos e conseguimos 15 dias de férias fora de casa.
Depois de tudo marcado sabemos que as actividades “lectivas” da menina terminam mais tarde.
Ok, vamos 5 dias mais tarde. Ainda temos 10.
E foi justamente para o meio desses 10 que foi adiado um compromisso profissional, pessoal e social ao qual seria de péssimo tom que o papá faltasse.
Digam-me, será que merecíamos isto??
Mas enfim... vamos felizes!!

sábado, 28 de junho de 2008

Miúdos fora de casa, eu e o papá aproveitámos a noite em que podíamos meter carro à estrada sem pulseiras contra enjoo e regresso sem hora e fizemos uns bons quilómetros.
Fomos à feira... há anos que não ia a uma grande feira à noite.

E ele estava lá... Meus olhos inundaram-se ao recordar tempos passados e ali permaneci imóvel e sonhadora durante longos minutos.
Agora está mais novo, mais moderno e já não faz tanto barulho a andar... o seu barulho característico é agora muito menos característico.
Por momentos duvidei até que fosse o mesmo.
Mas as tabuinhas pintadas a toda a sua volta parecem querer confirmar que é de facto o mesmo.
E a voz do homem que gritava ao microfone nos meus primeiros anos de escola secundaria já não se ouve mas ecoava maravilhosa e saudosamente no meu cérebro enquanto via os cavalinhos rodando, rodando... "E máááis uma voltííínha no Suuuupér Sélllllva".
Só que antes, o Super Selva era para gente grande... agora os tempos mudaram e... o Super Selva gira e gira carregado de "miúdos"...

E foi ali, naquele momento, que eu percebi o quanto "cresci".
Aquela miudagem que ali se diverte, tem exactamente o mesmo tamanho que eu tinha quando já era grande.
Eles também acham que o são... tal como eu achava.

quinta-feira, 19 de junho de 2008


"Mamã, casaste por amor?"
"Gostas do papá?"
"Se não gostasses do papá, separavam-se?"

E tudo isto por que num qualquer filme da Barbie, a rainha do não sei quantos disse á princesa não sei quê, que "não é preciso amor para casar".

O que responder à última pergunta?

Dizer não e dar uma ideia de que o casamento é um fardo que se suporta independentemente de tudo e de todos?
Dizer sim e dar a ideia que o casamento é como uma sopa que um dia gosta-se e come-se e no outro está salgada e deita-se fora?
Qualquer das respostas poderia não deixar muito bem definida a minha posição na nossa vida familiar.

Tanto poderia pensar que ficava sem querer como que poderia partir a qualquer momento...

Eu não queria dar aos meus meninos uma educação muito antiquada mas... também não gosto da faceta moderna em que o casamento se faz e desfaz com a mesma tranquilidade de quem lava os dentes.
Queria que tivessem a noção que um casamento se faz para ser feliz mas que por vezes a felicidade se faz com alguma luta e trabalho, que pode não vir apenas caída do céu.

Se um dia por algum motivo me separasse não sei como sobreviveria às partilhas.

Quem ficaria com a cama de casal com metade vazia?

Quem ficaria com o poster do casamento e o álbum?

Quem ficaria com os passarinhos?

E os filhos?

Oh!... Dor de alma!.., quem ficaria com os filhos... e a parte da vida deixada em branco????

Sinceramente... preferia a idade dos porquês.

As perguntas eram muito menos difíceis.
Mas a cada dia que passa sinto mais que me é pedida a justificação clara e precisa das minhas próprias interrogações, dúvidas a até receios.

Ser mãe é aprender junto com eles.
Ser mãe de um bebé não é o mesmo que ser mãe de uma criança.
E ser mãe de um jovem... aí é que a porca troce o rabo (salvo seja), talvez porque o desconhecido possa ser mesmo o mais assustador.
Há jovens tão parvos... e há jovens tão lindos e tão doces...
Queria tanto que os meus viessem a fazer parte do segundo grupo.
Tenho esperança... tenho esperança que o tempo vá passando e quando eu der por isso... já lá estou e perfeitamente adaptada.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

26 de Maio

Se hoje um anjo me desse a hipótese de mudar no meu passado tudo o que eu quisesse...
Não sei, acho que deixaria esgotar o prazo sem me decidir.
E no final talvez ficasse feliz por não ter tido tempo de fazer as mudanças.
É todo o conjunto de momentos bons e maus, perfeitos ou imperfeitos que fazem de mim a pessoa que sou hoje, tão importante para alguns e tão desnecessária para outros, como aliás toda a gente o é.
Envelhecer em idade não é mau, seja qual for o patamar em que estejamos, desde que tenhamos crianças à volta. Elas transformam o momento na mais espectacular das festas.
Se à mulher fosse dada a hipótese de ter um filho de 5 em 5 anos durante toda a sua vida, ela jamais ficaria triste por fazer muitos anos.
Quando os meus meninos nasceram, eu olhava para os dois e achava falta de um. Nunca percebi porquê.
Pensei que viria um terceiro quando estes tivessem 5 e 6 anos... agora estão com 6 e 7.
Não há terceiro e não vai mesmo haver, mas continuo a guardar tudo dos meus meninos como se ainda fosse utilizar. Porquê?

Ainda tenho tanto para viver, tanto para sonhar...
Tenho tanto tempo para fazer o que nunca fiz e tanto tempo para sentir que nunca conseguirei fazer tudo o que há para fazer.
Gosto da idade que tenho.
Ainda não sinto vontade de ser mais nova. Ainda não cheguei lá. Talvez seja de hoje a um ano... a ver vamos.

terça-feira, 20 de maio de 2008


Depois de um fim-de-semana de doidos, com tanta coisa para fazer, sem tempo para nada, com miúdos a embirrar e adultos a não colaborar, eis que inicio uma semana de trabalho de tal forma que a minha ideia era fazer um post assim mesmo:
“A quem, por qualquer motivo na sua vida, já se sentiu um dia um autêntico monte de estrume, eu peço que por favor me diga, como fez para que esse dia terminasse mais depressa.
Mas acabei por descobrir por conta própria e agora posso dizer qual o remédio para esse tão grande mal a que pomposamente chamamos falta de auto estima.
Nada mais nada menos que... ir ao dentista.

Sempre fui, continuo a ser e provavelmente sempre serei, aquele tipo de pessoa que vai a todo o lado desde que tenha o apoio de alguém ou o faça por alguém.
Sozinha... só por mim... não vale muito a pena.
Não sou fanática por brincos, nem por malas, nem por sapatos... ando vestida pois claro mas não tenho daqueles guarda-roupas de princesa e o cabelo é penteado em casa e cortado só quando precisa.

Mas há uma coisa em mim com a qual tenho um especial cuidado: os dentinhos.
Não tenho nenhuma dentadura deslumbrante nem daquele branco imaculado que alguns sorrisos exibem mas... são meus.
Tantas vezes me vem a cabeça a imagem do meu avô sentado à chaminé caiada com oca, a comer pão com linguiça. A linguiça era bem difícil de comer sem dentes.
Porque é que sempre que penso em momentos passados as lágrimas parece que adquirem a força de um repuxo? Não, agora não posso.

Há três dias que andava com um dentinho partido.
Uma daquelas coisas a que eu chamo "montão de dinheiro" mas que o excelentíssimo dentista insiste em chamar de “grande reconstrução”, não aguentou a mastigação da torradita e pronto... lá vão 60 euritos.

E é aqui mesmo que bate a maluqueira toda.
Um dente que não se vem nem no mais escancarado dos meus sorrisos, que não muda em rigorosamente nada a minha imagem, que ninguém sabe como está nem como esteve, teve o poder de me fazer sentir vontade de sorrir, de falar mais simpaticamente com as pessoas e de me ver mais bonita no espelho.
Me fez sentir que o sol quando nasceu... foi para mim também.

Não compreendi como foi possível... mas não faz mal.
Fiquei tão bem.

domingo, 4 de maio de 2008

Mãe

Os filhos dela gostam de batatas fritas e douradinhos mas todos os dias comem sopinha que também gostam e muito.
Os douradinhos vêem a seguir de longe a longe.

Gostam de bolicau mas levam para o lanchinho pão com fiambre ou queijinho que também gostam e muito.
Os bolicaus vêem... de longe a longe.

Gostam de sumo de garrafa mas bebem sumos naturais que também gostam e muito.
Os de garrafa vêem em dias de festas e os refrigerantes não fazem parte.

Lavar os dentes nem sempre apetece mas todos os dias os lavam e adoram ficar com beijinhos perfumados.

Leitinho... bebem tanto e sempre natural que eles gostam e muito.
O chocolate vem apenas de vez em quando.

Teem dezenas de filmes em DVD mas são capazes de ver apenas uns dois por semana.
Também gostam de brincar e muito.

Não gostam de interromper a brincadeira para fazer as coisas da escola e não o fazem... porque são feitas antes da brincadeira começar.

São bons alunos, andam bem nutridos, bem vestidos e são felizes.

Serão estes meninos, filhos de uma má mãe???

segunda-feira, 28 de abril de 2008

A culpa é da toalha.

Eu sempre quis ter uma família com o modelo tradicional.
Como aquela em que nasci.
Meninos na escola, adultos no trabalho, pequeno-almoço de manhã, todos juntos sentados à mesa para as refeições, vigília durante o dia e a noite para dormir.
Mas também sempre soube que, com a pessoa que escolhi para formar uma nova família, esse modelo estaria inevitavelmente comprometido.
Refeições com a família complecta... se forem 3 por semana já é semana de festa.
A colcha da cama não serve durante a semana quase toda porque há sempre quem durma... ou de noite, ou de dia.
Passamos dias sem falar porque quando chego está a dormir e quando vai embora durmo eu.
Mas hoje é diferente.
Hoje é “oficial” e vai mesmo para fora.
Hoje sinto-me só e desamparada.
Mas porquê?
Porquê?... Se afinal de contas vai voltar muito antes do que nos encontraríamos se estivéssemos no habitual desencontro de horários?
Eu sei porquê.
Já não é o não conversar, já não é o não o ver, já não é o ter que explicar aos meninos o porquê de não poder quase nunca programar o próximo fim-de-semana... a isso já quase nos habituamos.
Por vezes basta uma caneca suja de leite esquecida em cima da bancada, o chuveiro molhado ou uma peúga chulézenta caída na escada por descuido, um aroma de after shave pairando pela casa quando não é usado por nenhuma das pessoas presentes ou o carro estacionado de forma diferente de como eu havia deixado... basta qualquer pormenor para estabelecer contacto, para saber que “está aqui” e é nosso.
Mas hoje ele foi e levou a toalha.
A toalha de banho... o estojo da barba e a escova de dentes.
E é esse pormenor, de aparente pouca importância que afinal de pouca não tem nada, que faz a grande diferença, que marca a ausência tão breve mas tão profunda...
É o chegar a casa e encontrar tudo tal como deixei... nem mais arrumado nem mais desarrumado.
Não gosto. Não me deixa feliz.

terça-feira, 15 de abril de 2008


Que coisa meiga você é?

E eu esperava tudo menos isto!
Nem sei como interpretar!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

desabafo

Hoje vou-vos pedir que façam um exercício de imaginação.

Imaginem que no vosso local de trabalho, onde na maioria das vezes se encontram a trabalhar sem colegas, se vendem televisões.
Alguém compra uma televisão e no dia seguinte está de volta para a trocar por outra porque naquela não consegue entender o funcionamento do telecomando.
E ao 2º dia volta novamente porque também não consegue entender a segunda.
Mesmo depois da explicação feita umas milhentas vezes sem qualquer demonstração de interesse em perceber, continua a querer o “problema resolvido”.
E que se não se resolver o problema lhes dá com uma coisa “pelos cornos”.

Já imaginaram?
Pois para mim não foi imaginação, foi real.

Dei como exemplo a televisão, mas não se tratou de televisão mas sim de um outro aparelho que depois de posto a funcionar não tem volta possível.
O responsável pela área como sempre nunca está quando faz falta, e assim se vão dois dias do meu trabalho ao ar por causa daquela macaca gorda de baixa formação educacional.
E para que a quem anda a par das notícias da televisão, não surjam dúvidas de que eu trato todas as pessoas da mesma forma, devo acrescentar que a macaca gorda é branca e gorda. E se fosse magra e verde seria macaca magra exactamente com o mesmo desprezo.

É horrível sorrir para uma pessoa e fingir que não entendemos quando o que nos apetece mesmo é furar-lhe os olhos com um guarda-chuva.
Nunca ninguém se me tinha dirigido nestes modos.
Nunca a tinha visto, nem aquela p*** de m**da me conhece de lado nenhum.

Como levei a coisa na boa não houve alarido (agora sei eu e sabem voçês), mas por dentro deixou marcas muito profundas.
Estou triste.
Estou revoltada.
Estou farta de pessoas e não me apetece voltar ao trabalho.
NÃO QUERO aturar ninguém.
Estou saturada.
Estou em baixo.

Desculpem alguma expressão menos própria.

Quem me dera poder escrever o post anterior numa outra data.
Quem me dera.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Novidade do dia



Ora pois bem, cá vai a novidade:

Tive sorte e ganhei a lotaria.

Eu nem queria acreditar!

À volta de 350 mil Euros!

Eu nem sei bem quantos contos são!

Mas o que já me está a dar a volta à cabeça são as mais valias que irei pagar, pois ao que eu sei não são livres de impostos.
Se ao menos o prémio fosse mais pequeno eu não pagava tanto, não era?

E é aí que vocês entram!
Decidi sortear 10 mil Euros!

Hoje sou rica e não quero ver ninguém pobre!
Tenho dinheiro para distribuir!

terça-feira, 18 de março de 2008

A alimentação dos homens

Quando eu era criança e dizia que tinha fome, muitas vezes diziam-me em tom brincalhão: “Tens fome, engole um home(m)”.
Era uma expressão muito usada.

O meu menino ontem quase a horas de jantar
“Mamã... tenho fome”
“Tens fome, engole um home”
“Não posso mamã. Um homem sou eu, pu isso tenho de comei é uma mulhéi. Não posso comei um homem.”

Não consegui perceber qual a sua lógica...
Mas acredito piamente que não terá sido a primeira que me veio á cabeça.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Quando se tem dois filhos...

... é tudo a duplicar.

sexta-feira, 14 de março de 2008


Eu tinha 19 anos.
A “epidemia” começou na sala de trabalho de mais de 20 pessoas e apanhou quem ainda nunca tinha sido apanhado.
A minha borbulhita da barriga (à qual eu achei imensa graça, pois já conta com isso), foi a primeira de tantas e muitas.
Nessa altura passou na televisão “O predador”.
O filme anda lá por casa desde essa altura e ainda não o consegui ver.
A imagem que vinha na revista TV Guia era a de um rosto borbulhento e horroroso... tal qual estava o meu.
A varicela no meu rosto não deixou marcas permanentes na pele, mas deixou-as bem vincadas na “alma” ... até hoje.

Quem me diria a mim, naquela altura, que não tendo coragem para ver o filme, seria daí a mais de uma década que veria assim parecido um rostinho ainda mais amado por mim que o meu próprio?

O meu menino está cheio de pintinhas.
Eram pintinhas... foram pintinhas, agora já não são pintinhas.
Andava feliz mas quando se viu ao espelho também esmoreceu.
Não gostou... eu também não.
Mas é um doentinho com muita paciência, já voltou a ficar feliz... eu ainda não.

Mas quando tiver 19 aninhos... vai poder ver “O Predador” sem impressões.
Valha-nos isso.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Pequenos nadas que podem contar muito


A minha menina sabe o que são ciganos, tem vários na escola e é amiga de alguns deles.
Com a mesma naturalidade com que identifica as pessoas para as descrever como sendo a que tem blusa azul ou a mais alta ou a dos cabelos compridos também diz a que é cigana.
A minha menina também sabe que há pessoas brancas e pessoas pretas.

Agora anda na fase das anedotas e adivinhas.
Ontem:
"Mamã, o que é que fazem três pretos dentro de um automóvel vermelho?”
Veio-me de imediato á cabeça a noticia que li a semana passada no jornal sobre um professor posto em tribunal por chamar preto a um aluno (“Entra lá, ó preto” – acho que foi mais ou menos isto).
"Um KitKat"
Um KitKat não tem três barrinhas, pois não?

Por momentos fiquei sem saber se rir ou se dizer que não tinha piada nenhuma, se entender como anedota engraçada ou como piada racista.

Optei por rir, afinal na minha qualidade de alentejana também sou super massacrada e não me ofendo por isso.
Abominar aquela anedota é que talvez fosse marcar a diferença.
Não sei a cor de quem entra aqui, mas se soubesse diria a mesma coisa e teria as mesmas dúvidas... talvez só no futuro possa saber se o que faço agora é bom ou mau.

Não quero que os meus meninos cresçam na ilusão de que todas as pessoas são iguais.
É certo que toda a gente é pessoa, mas não há duas pessoas iguais.
Toda a gente é diferente independentemente da cor, raça, sexo ou religião.

O que quero é que cresçam com a noção de que todas as pessoas são pessoas.
O que eu quero... a ver vamos se além de querer também vou poder.

E já agora...

O que é que fazem 17 alentejanos à porta do cinema?

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Para que serve o bolso traseiro?

Já vai para lá de uma década, eu trabalhei numa linha de costura em que o meu trabalhito era... fazer bolsos traseiros em calça de homem.

Muitas delas era para exportação - talvez por isso nunca tenha visto passar na rua nenhum traseiro onde eu tivesse posto a mão.

Muitos dias depois de fazer 400, 500, ou até 600 bolsos traseiros (ou algebêras do cu - como ainda se diz por aqui), eu, já tão farta daquilo, pensava o quanto era desprestigiante para mim ocupar o meu tempo com uma coisita que até nem tem grande utilidade.

Qualquer coisa é mais importante que o bolso traseiro: a braguilha, o cóz... até as próprias bainhas.

E ainda hoje, a não ser para as namoradas descansarem a mão que pende para trás quando caminham abraçados, ou para guardar cromos do Bollycao como é o meu caso agora, a única coisa que me acorre para que eles sirvam é para alterar a forma dos bilhetes de identidade.

Mas afinal, talvez eles sirvam também para chocar dinheiro tal como a galinha choca os seus ovitos, será?

Surgiu-me esta ideia recentemente, quando me fizeram um pagamento com um cartãozito Multibanco ou Visa, com a formazita da nalguita e ainda por cima... quentinho quentinho.

Pode não fazer sentido mas... não gostei.

Achei de mau tom.
Bem visto, bem visto, acho até que prefiro aquele dinheiro que quando se abre a caixa registadora espalha no ar um cheirete a bolas de naftalina.


Bolas de naftalina...
ternas recordações de infânçia me traz o seu "leve" aroma.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Sempre adorei ir a casamentos...
e sempre fui a tão poucos.
Adorava a brancura dos vestidos de noiva...emocionava-me com o som do arrastar da cauda do vestido pelo corredor da igreja... delirava com a indumentária do meu acompanhante (homens de fato e gravata sempre foram um coisa linda para mim). Era tudo tão lindo...
Agora muitos dos vestidos de noiva já não têm cauda e não são brancos e alguns nem sequer são de cor creme ou beje.

Eu casei de branco numa altura em que já me diziam que branco já não se usava.
Experimentei tantos vestidos... e também vesti um sem ser branco.
Senti-me como se tivesse acabado de sair de uma poça de lama... parecia que me tinham sujado o vestido, faltava-me brilho...
Aí senti que tinha de ser mesmo branco, daquele branco que brilha ao sol.
Enfim... gostos não se discutem, todos teem sentido e todos podem parecer ridículos a alguém.

Mas tirando tudo isso, irei no próximo mês ao terceiro casamento nestes últimos oito anos e vou muito feliz.
O pior... o pior é que me sinto tão desactualizada e com tão pouca experiência em eventos do género que não sei o quê ou quanto, é que “está na moda” oferecer-se de prenda.

Preciso das experiências de quem por aqui passar.
O que é hábito dar-se?
O que sabe melhor receber?
O que posso levar, para alem da minha presença, que não seja exagerado (porque a vida não está para exageros), mas que também não me deixe envergonhada e não seja uma coisa sem interesse para quem recebe?
Somos dois adultos e duas crianças de 7 anos.

Mais uma vez... conto convosco.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Desafio

Recebi da Lau este desafio que consiste em dar a sua opinião sobre os 20 assuntos e depois indicar mais 7 pessoas para fazer o mesmo.


Aqui fica então:

1-VIDA - um dom concedido por tempo limitado.

2-AMOR - sentimento nobre para quem o souber "utilizar".

3-CASAMENTO - junção de duas partes que se completam.

4-FAMILIA - raízes e continuação da vida após a morte.

5-DINHEIRO - metal ou papel mal cheiroso que todos apreciam (se eu cheirasse assim sempre quero ver quem se aproximaria de mim).

6-HOMEM - animal racional que por vezes não se lembra que o é.

7-MULHER - costeleta de Adão??

8-DESEJO - querer para si ou para outrém algo mais ou menos especifico. Desejo para para voçês um dia muito feliz.

9 -SUCESSO - fazer algo bem que valha a pena. O bolinho que fiz no Carnaval foi um verdadeiro sucesso.

10 -PROFISSÃO - necessidades da vida em sociedade.

11 -SAÚDE - haja saúde e o resto tudo se resolve.

12 -INTERNET - mundo mágico ou desgraça trágica, depende da utilização.

13 -PRESENTE - futuro de ontem.

14 -PASSADO - aquele que já foi futuro e depois foi presente.

15 -FUTURO - aquele que jamais conseguiremos viver sem que perca a sua denominação.

16 -POLÍTICA - uma arte, uma comédia, um drama ou uma palhaçada... depende dos dias e de como se "pratica".

17 - BRASIL - paiz irmão, exportador de novelas, de gente que fala como se cantasse e com um jeito de falar lindo para fazer declarações de amor.

18 -SEXO - foi em tempos a única forma de perservação das especies.

19 -ARTE - umas vezes coisas lindas, outras vezes coisas imperceptiveis mas que convém dizer que é bom para não se passar por burro.

20 - OPINIÃO SOBRE O DESAFIO EM QUESTÃO - interessante de responder e não cansativo.


Vou passar sómente e apenas...

...para ti.

isso... para ti mesmo... não é a pessoa que respondeu antes nem a que vai responder a seguir.

És tu mesmo!

Vá lá, estou curiosa.

Mini-conversa na hora de dormir

-"Mamã, qual é o signo da Nossa Senhora?"
-"Ài querida, acho que nessa altura ainda nem havia signos."
-"Eu já sei qual é: é o mesmo que o meu, virgem.
Por isso é que lhe chamam a Virgem Maria."

Teria sido esta a altura certa para explicar o significado de “ser concebido sem pecado”?.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Desafio e miminho

Recebi este desafio e miminho da Joana Peixinho e da Lau:

"Este desafio consiste em cada uma de nós a usar a nossa imaginação e criar!!
Ou usar uma personagem de banda desenhada, um animal, uma pessoa querida ou até um objecto, enfim o que vocês quiserem ou o que se identificam mais e responder às perguntas abaixo...

Logo a seguir as perguntas tem também um miminho para cada menina, espero que gostem e levem convosco...

Lembrem-se neste desafio cada uma pode ser aquilo que quiser, usem a vossa imaginação, fica mais engraçado se responderem a primeira coisa que vier à cabeça..."



Desafio:

Se eu fosse: um estrumfe

Era: azul e pequenino

Não era: preto nem branco

Tinha: uma casa cogumelo

Dava: alegria ás crianças

Não dava: tristeza aos meninos e meninas

Fazia: passeios na floresta

Não fazia: chichi nas flores

Gosto de: brincar com a estrumpina

Não gosto de: ser apanhado pelo gasganete

Sou: feliz

Não sou: feio e mau

Desejo: ser feliz na minha floresta

Não desejo: ser comido pelo Israel

Vou construir: um mundo imaginário em cada criança

Vou destruir: os maus pensamentos e a violencia

O meu planeta chama-se: (caraças pá, agora não me lembro o nome daquele bosque)

É: belo e paradisiaco

Lá existe: flores, passáros e ar puro


Não existe: bomba nuclear

Há muitos: estrumfes como eu

Há poucos: maus (na verdade são só dois)

A comida de lá: é óptima

Procuro ser: simpático

Serei sempre: isso mesmo, simpático

Era capaz de: fazer tudo para me safar do gasganete

Não sou capaz de: ser mau

A minha frase ou lema de vida: Cuidado com o gato Israel


Miminho:

Este Desafio e Miminho vou repassar para o autor do 5º comentário dos 5 últimos post's incluindo este.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Descobri as bolas de berlim na escola aos 10/11 anos.
Que coisa boa!
Hoje já não são o que eram, o recheio é "deslavado" e já nem o cheirinho é igual. Devem ter-se acabado os ingredientes caseiros e naturais.
As das pastelarias não quero nem vê-las, mas as da padaria ainda vou apreciando algumas.

Há muito que eu desconfiava que ao Sábado os bolos eram os que sobravam de sexta.

Hoje comprei uma bolita. O padeiro embrulha em papel. Antigamente era papel pardo. Até isso mudou.
Ao desembrulhar cheirou-me a água ardente.
A primeira dentada tinha um leve sabor mas eu até gosto de agua-ardente e como tinha estado na vitrine junto aos bolos brancos...
Abria-a para ver o recheio. Tudo ok.
A segunda dentada foi literalmente cuspida para cima do bolito (graças a Deus que estava sózinha)
Grrrrr.
Azeda mesmo.
A minha vontade foi voltar lá.
Mas não voltei.
Nem vou reclamar com a ASAE.
Perdi 0.70€.
A bola de berlim está no lixo.
Mas é o meu padeiro de todos os dias.
Tenho fome, mas bolos ao Sábado, aqui na margem sul... "jámé".